“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”Amyr Klink

domingo, 3 de outubro de 2010

Dia 18 – 26 de Setembro – Verona

Dia 18 – 26 de Setembro – Verona



Ultima dia na Itália... Apesar da grande saudade de casa, saber que a viagem está acabando dá um certo aperto no peito. E não há melhor lugar no mundo para falar dessas sentimentalidades do que Verona, o cenário da estória de Romeu e Julieta.

Vamos lá! Saímos do hotel o mais tarde possível, primeiro porque tínhamos chegado bem tarde no dia anterior, segundo porque tínhamos que preencher nosso dia até as 21 horas, que era quando teríamos que pegar o trem noturno.

Depois de ganhar um mapa no hotel, caminhamos pelas belas, limpas e amplas ruas de Verona. Logo de cara deu para perceber que a cidade é uma gracinha! Margeando as ruas, há muitas arvores que, por ser inicio de outono, estão com suas folhas amarelando e caindo. Acho que foi a primeira vez que pudemos identificar as conseqüência do outono na natureza. Aliás, a temperatura aqui em Verona está mais baixa do que a que encontramos em outros lugares. Uma leve brisa fria nos acompanhou durante todo dia, fazendo necessário o uso de uma blusa mais quentinha.



Avaliando todas as cidades em que passamos, Verona foi a mais agradável, e a que escolheríamos na Itália para viver, se fosse o caso. Sem o tumulto das grandes cidades, sem a excessiva quantidade de becos de outras, preços de alimentação mais baixos, Verona consegue ter história e modernidade na medida certa. Pelo menos a primeira vista, rsrsrs.



O primeiro local que conhecemos foi o Castel Scaligero (1354). Ao lado do castelo há a ponte Scaligero, que foi reconstruída em 1945 após destruição nazista. Outra ponte também destruída e reconstruída foi a Ponte Pietra. Os materiais originais dessa ponte foram resgatados do fundo do rio para reconstrução em 1957.


Castel Scaligero





Ponte Scaligero sobre o rio Adige

Após experimentar o gelato piccolo mais barato da viagem (1,2€), seguindo pela via Roma, chegamos a Piazza Brà (do alemão breit=espaçosa). Essa praça é super agradável e passamos um bom tempo nela observando as famílias curtindo um ensolarado dia de domingo.



Piazza Brà


Ao lado da Piazza Brà está o Coliseu de Verona, o 3º maior da Itália, construído em 30 d.C. Esse coliseu surpreendentemente está quase intacto e hospeda com freqüência espetáculos de canto lírico e teatro. Por 6€ cada adentramos em seu interior e pudemos observar a notável estrutura.



Coliseu de Verona



Depois disso fomos almoçar. É bem difícil conseguir pedir uma boa refeição, principalmente para nós que não estamos acostumados com 1º prato, 2º prato, refeição principal, insalatas (saladas) etc... Nos restaurantes self-service não é você que se serve. No que fomos, havia áreas de pasta (massas), spaguetti, carne e saladas. Em cada área havia uma pessoa que lhe servia uma porção daquilo que vc queria, e cada uma daquelas porções era suficiente para alimentar bem. Eu (Cicéli) estava com saudade de comer carne e por isso escolhi uma porção de carne com batata, vejam o que nos foi servido. Tudo bem que eu gosto de carne mal passada, mas assim já era demais. O pior foi a falta de iniciativa para pedir para deixar a carne mais tempo na chapa.



Carne mal passada

Almoçados, caminhamos pela via Mazzini, principal rua só para pedestres de Verona, até chegarmos a Piazza delle Erbe. Essa praça era o local do Fórum Romano e coração da cidade medieval. Nesse local há o Arco della Costa, cuja lenda diz que irá desabar caso uma virgem casada passe por ele.



Piazza delle Erbe





Arco della Costa

A Piazza delle Erbe também abriga muitos bares com mesas na rua, palácios imponentes como o Castelvecchio, do século 14, e marcos simbólicos como a estátua do florentino Dante Alighieri (1265-1321), na praça dei Signori. Considerado o maior poeta e o artífice da língua italiana, o autor de "A Divina Comédia" foi, por três anos, exilado em Verona.



Perto da Piazza delle Erbe fica a casa de Julieta. Vemos a sacada, a estátua de Julieta e nenhuma carta na parede. Não resistimos a tocar um dos seus seios. Dizem que este ato nos traz sorte. Nos arredores, fica a casa de Romeu, que é propriedade privada. Nessa relato, não podia deixar de citar o comentário do amigo Vicente, que traduz bem a sensação que o local nos passa: ‘Por mais romanceada que a história seja, não tem jeito de não se emocionar diante do balcão em que Romeu viu pela primeira vez sua princesa aparecer de repente sob a luz do dia e exclamou alguma coisa mais ou menos assim, caindo sobre os joelhos: “Que maravilha é essa que os meus olhos contemplam? Será o sol que desponta no leste? Não, nem mesmo o sol seria capaz de tamanha beleza. É Julieta que vem até mim nesta manhã.”. Tem jeito de não se apaixonar (de novo) em um lugar assim?’

Casa de Julieta


Parece que a estava acontecendo um evento de promoção da Suíça em Verona e várias apresentações, peças e jogos estavam acontencendo simultaneamente em pontos diferentes da cidade. Parece que a população local gostou, pois as ruas estavam cada vez mais cheias.
Faltava o Duomo de Verona (1120), que depois da grandiosidade das igrejas de Roma e Veneza não nos impressionou muito (mesmo sendo ela muito bonita). O mais legal da igreja foi ter assistido a parte de uma missa em italiano. Foi bonito e nos trouxe serenidade...



Duomo de Verona

Qdo assustamos já era hora de voltar para o hotel para buscar nossas bagagens. É até que aproveitamos bem o dia, a preocupação agora é com o trem noturno e os tais cochettes... Depois contamos...

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